Escaravelho

Lucanus cervus

(Linnaeus, 1758)

Insecta – Coleoptera (anexo II da Diretiva Habitats)

Distribuição
Em Espanha, a espécie encontra-se bem distribuída na metade setentrional, desde a Galiza até à Catalunha, bem como no Sistema Central. Em Portugal encontra-se no norte e centro. Informação mais detalhada sobre a sua distribuição pode ser consultada em Vacaloura.pt.

Habitat
Os indivíduos são polífagos vivendo na madeira morta de algumas espécies de árvores, sobretudo carvalho alvarinho (Quercus robur), demonstrando uma preferência por árvores de maior idade e porte, e que já apresentam alguns danos no tronco e nos ramos. Os adultos alimentam-se de líquidos açucarados, em concreto de escorrências de seiva e fruta em putrefação. A espécie está associada a habitats florestais, principalmente florestas de caducifólias com presença de árvores de porte elevado. Não obstante, a sua distribuição inclui igualmente áreas urbanas e periurbanas, desde que arborizadas com espécies que preencham os requisitos ecológicos da espécie.

Biologia
Apresenta um elevado dimorfismo sexual, sendo os machos facilmente reconhecíveis pela sua morfologia externa, apresentando mandíbulas grandes, em forma de pinça, e grande tamanho corporal (até 9cm). As fêmeas são mais pequenas (até 5cm) e têm mandíbulas mais pequenas do que o tamanho da cabeça. Embora os machos sejam relativamente fáceis de identificar, as fêmeas são muito parecidas com as da congénere L. barbarossa. A cor do tegumento varia entre vermelho acastanhado e castanho muito escuro, mas frequentemente os machos apresentam élitros e mandibulas avermelhados, contrastando com a cor escura do resto do corpo. A fêmea escava uma galeria profunda no final da qual realiza a postura de ovos. A postura tem em média 20 ovos e cada fêmea pode fazer várias posturas, colocando até um máximo de 100 ovos. As fêmeas libertam uma secreção que colocam perto dos ovos que contém leveduras que são ingeridas pelas larvas na sua primeira refeição. São estas leveduras que vão possibilitar que as larvas consigam digerir madeira. As larvas desenvolvem-se durante 3 a 4 anos passando por três estádios. No final do desenvolvimento, a larva desloca-se para o solo onde constrói um casulo para pupar. O adulto está completamente formado no outono, mas apenas eclode na primavera ou início do verão seguinte. O período de dispersão na forma adulta ocorre entre maio e setembro, sendo o pico de atividade em finais de junho ou inícios de julho. Os indivíduos estão ativos sobretudo no período crepuscular.

Estatuto de conservação
Classificada pela IUCN como Quase Ameaçada (NT) na Europa e Pouco Preocupante (LC) no contexto mediterrânico.

 

Projeto Lista Vermelha de Invertebrados
FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências
Campo Grande, edifício C1, 3.º piso, 1749-016 Lisboa, Portugal
Email: lv.invertebrados@gmail.com

Print